Ao ser aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente, a Lei de Responsabilidade Fiscal deixou eufóricos os brasileiros cansados dos abusos cometidos por governantes irresponsáveis e corruptos.
Mas, com o fim do mandato do presidente e dos governadores – quando efetivamente a lei poderia ser colocada em prática – o que temos observado?
Parece que estamos fadados a sermos eternamente o país onde tudo “vira pizza” e nada é levado com seriedade.
Como podemos conquistar a confiança da comunidade internacional com ações deste tipo?
Como podemos mostrar que maus governos deixam dívidas impagáveis para seus sucessores e não são punidos por isto?
Como podemos querer que os sucessores consigam implementar seus programas de governo sem dinheiro em caixa, com salários de servidores atrasados e devendo o que não usou?
Como será possível para esses governadores cumprirem compromissos feitos em campanha?
Enquanto os maus governos permanecem imunes a qualquer tipo de punição, seus sucessores vão precisar gastar pelo menos dois anos de seus mandatos corrigindo erros e pagando contas que não fizeram.
O caso do Espírito Santo pode mostrar bem essa realidade.
Com uma dívida inicialmente contabilizada em mais de R$ 70 milhões só com a União, o Estado pode estar distante de manter um “relacionamento saudável” com o novo governo federal.
Nesse caso é difícil dizer quem está certo ou errado.
É o governador Paulo Hartung querendo e precisando dos recursos da União para reconstruir o Estado arrasado pela má administração de seu antecessor José Ignácio Ferreira?
É o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva que age de acordo com a legislação em vigor que prevê o corte dos repasses para estados em dívida com a União?
Enquanto os dois políticos conversam, argumentam e contra-argumentam e não chegam a uma conclusão, quem são os verdadeiros prejudicados com essa situação?
Não é difícil responder: como sempre, o grande prejudicado de toda essa impunidade será a população.
Mais uma vez não veremos projetos importantes serem implementados. Mais uma vez não teremos novas e melhores escolas sendo colocadas à disposição da população carente. Por mais tempo ainda veremos filas nos corredores dos hospitais públicos, polícias sem equipamentos e despreparadas. Enfim, continuaremos sofrendo com os desmandos de políticos.
Nosso consolo é saber que, nas urnas, podemos dar a resposta que esses políticos merecem.
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