Dois objetos fazem parte da vida do surfista profissional capixaba Renato Coutinho, 27 anos. A prancha e os troféus. O cara é fera e já conquistou todos os títulos estaduais da categoria profissional do esporte.
O único título que faltava a Renato foi conquistado este ano, que é a liderança do Jogos Universitários (Junres). “Não tinha o surfe neste campeonato. Foi o primeiro ano em que o surfe foi incluído e fiquei em primeiro lugar. Foi o meu centésimo título”, conta, em clima de comemoração.
Renato não é do tipo que vive a vida sobre as ondas e nada mais, como contou o Ricardo Graça Mello, em plenos anos 80, na música tema do filme “Menino do Rio”. Embora ele se dedique profissionalmente ao esporte, ele também trabalha em horário comercial na empresa do pai. Por isso, qualquer tempinho fora do trabalho é dedicado com prazer ao esporte.
“Não fumo, não bebo e acordo muito cedo para pegar onda antes de ir para o trabalho”, ressalta. Não à toa que Renato passa uma imagem tranqüila, que em um primeiro momento pode enganar de que se trata de um ariano nato. “Sou tranqüilo até ficar nervoso”, avisa.
Mas nada que uma boa onda não o faça esquecer. Graças ao esforço que ele tem feito, os resultados que Renato tem conseguido são animadores. Ele vem acumulando títulos desde as categorias de base. Passou pelo mirim, júnior, open e profissional.
O objetivo do atleta agora é dar mais prazer aos seus fiéis patrocinadores, as Durnell, Bahamas, Hardfinger, Prorider e Gula House. “Quero conquistar categorias nas etapas nacionais”, anuncia.
A partir de janeiro, Renato vai partir para o circuito brasileiro de surfe. Ele já vinha participando com boas colocações, sempre entre os primeiros. Mas agora o objetivo único dele é a vitória.
“Serão seis etapas e vou batalhar boas colocações”, assegura ele, que já venceu o campeonato carioca na categoria amador. Florianópolis e Santa Catarina são outras “praias” em que o surfista capixaba já deixou suas vitórias.
“Tenho um estilo regular, que é de subir na prancha sempre com o pé esquerdo à frente. O estilo é definido desde que o atleta sobre pela primeira vez na prancha. O mesmo acontece com esportes como o skate e o snowboard”, associa.
Surfista desde os 12 anos, ele foi influenciado pelo primo Nenelson Perine, que foi campeão estadual e correu o circuito internacional. “Ele me influenciou. Via o bom desempenho dele e então comprei minha primeira prancha. Comecei nas ondas de Guarapari e Jacaraípe”, frisa.
Mas hoje, Renato já descobriu ondas que são verdadeiras preciosidades. Como o ponto do Xandão, na Barra do Sahy. “É uma das melhores ondas do Brasil. Ela quebra em fundo de coral raso e possibilita várias manobras. Não é uma onda que fecha rápido”, explica.
Em termos de Brasil, ele não vai muito longe para achar ondas perfeitas. “Saquarema (litoral norte do Rio) no verão é perfeito. Em Santa Catarina as ondas são muito boas também”, opina.
No mais, a vida dele é tranqüila. “Relaxo surfando ou passando os finais de semana nas montanhas”, diz, com simplicidade. O que preocupa mesmo Renato é o encaminhamento do esporte capixaba. “O surfe é o segundo esporte com mais adeptos no Brasil e no mundo. Só fica atrás do futebol. Isso deveria ser mais levado em conta na hora dos investimentos”, aconselha.
Mas ele bem que faz a sua parte. Além de viver em busca de boas ondas e bons resultados no esporte, Renato mantém um site (www.
renatocoutinho.hpg.com.br), onde os fãs do esporte ou do atleta podem acompanhar o desempenho de Renato, com histórico da vida dele, os campeonatos, as colocações e a agenda dos circuitos
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Renato Coutinho se divide entre tarefa de trabalhar em horário comercial na empresa do pai e garantir excelentes desempenhos sobre a prancha, acumulando todos os títulos estaduais do surfe profissional
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