Vidabrasil circula em Salvador, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Edição Nº: 310
Data:
7/1/2002
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» Índice
» Editorial
O silêncio dos incoerentes
» Turisnotas
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» Cinema
Na busca de argumentos e roteiros mais consistentes, os produtores de cinema acabam cometendo gafes
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Editorial

3 de junho de 2002.  
Nessa data, a sala da Sétima Vara Criminal recebeu três importantes autoridades capixabas – o presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz, o presidente do Tribunal de Contas, Valci Ferreira de Souza, e o conselheiro do Tribunal de Contas, Marcos Miranda Madureira. Eles compareceram a uma audiência convocada pelo juiz Nelson Darby de Assis para prestar depoimentos, na condição de testemunhas de defesa do editor de VidaBrasil, Celso Mathias, em um processo movido pelo Ministério Público.  
O processo foi conseqüência de uma representação judicial feita pelo ex-governador Max Mauro contra Mathias que publicou em uma edição da revista notícia repercutindo informações sobre doações de dinheiro do jogo do bicho para a campanha do então candidato a governador.  
Na audiência, as três autoridades confirmaram as informações e afirmaram que poderiam comprovar, através de documentação, as doações feitas não só ao então candidato a governador Max Mauro como também à Ucis, através da sua presidente, a primeira-dama Maria Gleyd Chianca Mauro.  
O fato, histórico até mesmo pela agilidade com que as três autoridades responderam ao chamado da Justiça tendo como principal objetivo que a verdade dos fatos fosse esclarecida, não recebeu da “grande imprensa capixaba” sequer uma linha.  
Por quê?  
Na mesma semana, a ex-primeira-dama e ex-esposa de Max Mauro, Maria Gleyd Mauro, confirmou que, quando ocupava a posição de presidente da Ucis, recebeu o dinheiro para repassar ao Hospital Santa Rita. A declaração de Maria Gleyd foi publicada na edição da primeira quinzena de junho de VidaBrasil.  
Mais uma vez a imprensa capixaba se cala.  
Por quê?  
No momento em que toda a imprensa nacional quer a apuração do assassinato do jornalista global Tim Lopes pelos traficantes de drogas do Rio de Janeiro e exigem respeito ao preceito constitucional de liberdade de imprensa, os veículos de comunicação do Espírito Santo preferem se “omitir” diante da tentativa do ex-governador de calar a imprensa.  
Mesmo o fato de a Assessoria de Comunicação do Hospital Santa Rita ter negado, em e-mail enviado à redação de VidaBrasil, haver recebido dinheiro de Maria Gleyd Mauro já é indício de que há “algo de estranho” no ar que merece as devidas apurações jornalísticas. Afinal, se ela admite que recebeu o dinheiro e o hospital nega que o mesmo tenha sido repassado, onde foi aplicada a verba doada pelo então dono de banca de jogo do bicho?  
Estarão nesses “detalhes” os verdadeiros motivos que levaram o novamente candidato a governador a querer calar a imprensa?  
Se existem fatos e existem indícios de irregularidades, então por que não buscar a apuração da verdade? Nesse ponto, VidaBrasil se sente obrigada a questionar: qual será o verdadeiro motivo do silêncio da imprensa capixaba?  



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