Ferramentas
O deputado estadual Gilsinho Lopes (PFL) ainda não pensava em política quando era delegado em Pedro Canário, no extremo norte do Estado, e prendeu o líder sem-terra José Rainha Júnior, que se recusava a cumprir uma ação de reintegração de posse da fazenda de José Machado, que depois acabou assassinado.
Pressionado pela esquerda nacional, o então governador Max Mauro transferiu Gilsinho, por telefone, para outro extremo capixaba, Iúna, na região do Caparaó.
Quando lá chegou, o delegado apreendeu 125 armas de fogo em um só dia, despertando a fúria do prefeito Lino Garcia, que exigia o fim da perseguição aos “trabalhadores da cidade”.
Pressionado pelo prefeito e pelo então deputado Paulo Lemos, Gilsinho disse que iria devolver as ferramentas. Chamou o prefeito e o deputado para que o acompanhassem, colocou as armas dentro de um saco, entrou no carro e partiu para Vitória, onde as entregou ao secretário de Segurança.
“Pronto, agora os senhores podem levá-las de volta para seus legítimos donos”, livrou-se Gilsinho.
Sinuca de bico
Enquanto consolida sua administração no município, o prefeito Sérgio Vidigal (PDT) vê se complicar sua situação em nível estadual.
Se a barca continuar no mesmo rumo, ele vai ter que agüentar seu desafeto e adversário político João Batista Mota como senador durante quatro anos.
Daí para a frente, Vidigal vai ter que ser muito bom de transferência de voto para manter o poder político na Serra daqui a dois anos.
Pulo do gato
Político experiente que é, o senador Paulo Hartung (PSB) sabe que, se quiser ganhar mesmo as eleições deste ano, ainda tem muito chão para percorrer. Por isso, está colocando os pés na estrada para derrubar as resistências ao seu nome, principalmente entre lideranças do interior.
Mais da metade do eleitorado capixaba está nos municípios interioranos, onde quem manda mais são os prefeitos.
Um passo
O major Júlio César Costa, um dos principais ideólogos do Programa de Planejamento e Ações de Segurança do governo (Pro-Pas) e consultor do Instituto de Cidadania (SP) para elaboração de um programa de segurança nacional para um eventual governo do PT, deu um passo à frente na carreira.
Foi promovido a tenente-coronel da Polícia Militar do Espírito Santo.
Bomba atômica
O escândalo envolvendo juízes do Tribunal Regional Federal no Rio de Janeiro e um renomado advogado capixaba promete causar muitos estragos.
A tal carta que um dos juízes mandou ao deputado José Carlos Gratz dando-lhe ciência de denúncias anônimas não chega a provar nada. Na época, várias personalidades capixabas receberam a tal carta, que nunca deu em nada. Anônimo, só no Disque-Denúncia.
Bola da vez
Cláudio Vereza na Câmara dos Deputados, Helder Salomão na Assembléia Legislativa.
Estas são as bolas da vez no PT.
Só resta ao deputado federal João Coser disputar o Senado ou o governo para não prejudicar os planos partidários.
Ministros capixabas
Nunca o Espírito Santo viveu uma situação como esta. A partir de 6 de abril, o Estado terá dois ministros no governo federal: José Carlos Carvalho, de Jerônimo Monteiro, que já está no Meio Ambiente, e Guilherme Dias, que entra no lugar de Martus Tavares no estratégico Ministério do Planejamento. Resta saber o que isso vai influenciar no tratamento discriminatório do governo federal ao Espírito Santo.
Força da rapadura
O ex-deputado Fernando Silva, que é procurador da Assembléia Legislativa e nas horas vagas fabrica rapaduras em Governador Lindenberg, não disputa as eleições deste ano.
Disse que prefere guardar forças para tentar ser prefeito do município onde nasceu, quando ainda pertencia a Colatina.
Acerto de contas
Já não andam tão boas as relações entre o grupo político do deputado estadual Antonio Cavalheri (PGT) e o prefeito Cacá Gonçalves (PSDB) em Aracruz.
O parlamentar disse que seu grupo na Câmara de Vereadores vai dar um prazo até o final do mês para o prefeito começar a mostrar trabalho.
Cavalheri considera inadmissível que Aracruz, que passou de R$ 5 milhões para quase R$ 8 milhões mensais de arrecadação, não se transforme em um canteiro de obras.
Volta de Dilo
Dilo Binda, que foi prefeito de Colatina e anda em baixa ultimamente, vai tentar voltar à Assembléia Legislativa pelo PDT de Sérgio Vidigal.
De bem de novo
Gilson Gomes (PFL), deputado que chegou a secretário de Segurança por poucos dias no governo Vitor Buaiz, fez parte da bancada de apoio do governo na Assembléia, mas rompeu com o Palácio Anchieta no período que se discutia a abertura de processo de impeachment do governador José Ignácio Ferreira, mudou de lado outra vez.
Já está de bem com o governo. Tanto que conseguiu nomear toda a Ciretran de Venda Nova do Imigrante.
Guerra do eucalipto
No Congresso Nacional, o trabalho da Aracruz Celulose foi defendido pelos três senadores capixabas – Gerson Camata (PMDB), Paulo Hartung (PSB) e Ricardo Santos (PSDB) – e pelo deputado federal Marcus Vicente (PPB).
Na Assembléia Legislativa, a empresa é bombardeada pelos deputados. Primeiro, com a edição de uma lei que dificulta o plantio de eucalipto e, depois, com a instalação de uma CPI para apurar a sua atuação.
Diante disso, a Aracruz Celulose prefere estender o plantio de eucalipto para os Estados do Rio e de Minas e já decidiu, internamente, instalar em Porto Seguro (BA) a sua quarta fábrica de celulose.
Presente de grego
José Carlos Gratz (PFL), presidente da Assembléia Legislativa, deu uma entrevista dura contra Roseana Sarney, a governadora do Maranhão e pré-candidata de seu partido à Presidência da República.“Quem tem um marido desses...”, referiu-se Gratz a Jorge Murad, o primeiro-marido, pegou com mais de R$ 1,3 milhão em espécie no escritório da empresa em que a governadora é sócia.
“Ela acabou com o PFL”, disse Gratz à coluna.
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O deputado estadual Gilsinho Lopes (PFL)
O prefeito Sérgio Vidigal
Paulo Hartung
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