Fim de caso
Alguns veículos de comunicação parecem não ter despertado para a realidade: o processo de impeachment já acabou, depois de ter acabado com o Espírito Santo.
A história vai responsabilizá-los por tamanha irresponsabilidade. E ainda insistem com parlamentares fracassados, que não conseguem esconder diante das câmaras de televisão seu desânimo, mas insistem em falar na abertura de um novo processo.
Juca Alves, agora no PSDB, é o principal deles, mantendo uma posição ridícula de tentar bombardear o governo, indo na própria contramão do povo capixaba, que demonstrou, ao não comparecer à sessão que votou o processo de impeachment na Assembléia, demonstrou que quer o governo trabalhando.
Falsa modéstia
O ex-prefeito de Vitória, senador Paulo Hartung, que acaba de dar um banho no PPS, filiando-se ao PSB na véspera de se expirar o prazo de assinar ficha para as próximas eleições, quis dar uma demonstração de força a um ano das eleições, reunindo correligionários no Álvares Cabral para uma prestação de contas que foi mais o lançamento de sua campanha para governador.
Sem nenhuma modéstia, Hartung disse que fará 20 dos 30 deputados estaduais na próxima legislatura e os dois senadores.
No mesmo evento, distribuiu seu jornal de mandato, produzido pela Vitória Propaganda, a agência de publicidade que detém a conta da Prefeitura de Vitória desde a administração de Hartung até os dias atuais.
Recuo do recuo
O deputado federal João Coser, que vinha se anunciando pré-candidato ao governo do Estado, parece ter ficado anestesiado (ou seria extasiado?) quando viu o lançamento da candidatura de Paulo Hartung ao governo e disse para um jornal da capital que poderia recuar de sua intenção para apoiar o ex-comunista, ex-peemedebista, ex-tucano, ex-popularprogressita e atual socialista brasileiro.
Como o PT fará prévias no dia 28, e certamente Coser perderia com uma posição como essa, entrou em desespero. No dia seguinte, a matéria saiu amenizada no jornal, mas o estrago já estava feito: a emissora de televisão do grupo já havia dado chamada do assunto e a petezada toda estava em polvorosa.
Na trincheira
Depois do episódio do painel do Senado, o cacique baiano Antonio Carlos Magalhães recolheu-se à sua trincheira e parece mais forte do que nunca. Seus adversários estão desmoralizados politicamente e, a favor de ACM, existe a até excessiva baianidade de seus conterrâneos.
Isso dá ao veterano senador um cacife intocável e voltar ao Congresso, para ele, deverá ser uma barbada, assim como uma eleição dele ou Paulo Soto ao governo.
O mesmo não se pode garantir de figuras como Geddel Vieira Lima e Benito Gama.
Bobo da Corte
O deputado José Carlos Gratz (PFL), presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, encheu-se de ironia diante da tentativa de demonstração de força do senador Paulo Hartung.
E disse textualmente: Acho que a visão do senador Paulo Hartung pode ser boa para o senador Roberto Freire (presidente nacional do PPS), um bobo que confia nele;
Uma referência à pernada que Paulo Hartung deu no PPS ao filiar-se ao PSB, num golpe tramado com Miguel Arraes em Pernambuco e que fez Renato Casagrande, que vinha sustentando o partido durante todo esse tempo, engolir seco a intervenção branca.
Fora do barco
Mas José Carlos Gratz foi além:
“Pessoas que usam o artifício da fala oculta, que não têm personalidade, enganam até o último minuto, quando soltam a corda e pulam do barco afundando, podem falar o que quiserem. Engana-se quem quer ser enganado, a mim não;”
Para Gratz, Paulo Hartung somente poderia falar em fazer dois terços da Assembléia se tivesse no PSB pessoas que representassem a população capixaba. E detonou Renato Casagrande:
O presidente do PSB não tem voto nem em Castelo, onde nasceu. Eu tenho mais voto do que ele lá em Castelo. Agora, eu tenho votos em Ibiraçu, onde nasci, e em Vila Velha, onde fui criado.
Perna de anão
Amigos do presidente da Assembléia, deputado José Carlos Gratz, têm tentado convencê-lo a não confiar tanto no deputado Robson Neves (agora, no PFL).
Estão prevendo que, na primeira vez em que virar-lhe as costas, Gratz levará uma punhalada da qual será difícil se curar.
Um exemplo: desde que Stélio Dias, indicado por Robson Neves, assumiu a Secretaria de Educação, ninguém mais ouviu falar das obras da escola de Cariacica que seria construída como o edifício de entrada do Estádio Kleber Andrade.
De uma só tacada, três garrafinhas atingidas: Gratz, presidente do Conselho do Rio Branco, Enivaldo dos Anjos, presidente de honra do clube, e o amigo dos dois, Marcus Vicente, deputado federal e presidente da Federação de Futebol.
“Nossos nacionalistas são a clonagem de um íbrido em, cuja composição há 10% dos genes do patriotismo, 30 % dos genes do ressentimento e 60% dos genes da burrice.”
“Empresa privada é aquela que o governo controla, empresa estatal é aquela que ninguém controla”
Do saudoso Roberto Campos, embaixador, político e intelectual
Hora do troco
Aliados que ficaram o tempo todo ao lado do governador José Ignácio Ferreira (PTN) começam a cobrar dele a retribuição à fidelidade, nos 14 meses que faltam ainda para o governo.
Depois que o processo de impeachment foi rejeitado pela Assembléia, com 17 votos a favor e 13 contra (seriam necessários 20 votos; dois terços dos deputados para a aprovação), chegou a hora de recuperar o tempo perdido.
O placar moral da votação na verdade seria de 17 a 13 para o governo, que liberou quatro deputados do PFL ; José Carlos Gratz, Gilsinho Lopes, Benedito Enéas e José Esmeraldo; para votarem contra, evitando problemas com o interventor do partido, o ex-secretário da Fazenda José Carlos da Fonseca Júnior, deputado federal capixaba.
Dúvida atroz
O mercado político capixaba tenta descobrir: quem prometeu pagar o show de Maurício Mattar em Marataízes e não pagou, provocando o cancelamento da apresentação?
A grita de Mateusão
O impagável deputado Mateusão (PRTB) abriu o bico na sessão que rejeitou a abertura de processo de impeachment contra o governador José Ignácio. E dirigiu seu canhão contra o deputado Juca Alves, que vem agitando a nova oposição na Assembléia.
Esse deputado não tinha nada, agasalhou-se no gabinete do então deputado Nelson Aguiar, nunca fez força para pregar prego em barra de sabão e hoje é dono de gado de raça, apartamento de cobertura, posto de gasolina e fazendas, disse Mateusão e está registrado pela taquigrafia da Assembléia. Juca Alves (PSDB) não respondeu.
Falsos brilhantes
O PFL só tem dois partidos com os quais não quer conversa no Estado, de acordo com o deputado Gratz: PT e PSB.
Pelo simples fato, para ele, de que são duas legendas que pregam a esquerda radical e um socialismo que não vai dar certo nunca e que, por isso mesmo, não merece credibilidade.
Para Gratz, esses dois partidos pregam a modernidade e praticam uma política retrógrada de promessas que não podem cumprir: O tipo de socialismo deles está longe do que é o socialismo europeu, onde pratica-se em algumas nações o socialismo democrático.
E arremata:Sou mais a Frente Liberal, que pratica a democracia e a liberdade.
Chapa fechada
Se depender de José Carlos Gratz, o PFL vem com chapa fechada no Espírito Santo nas eleições do próximo ano.
Depois de ter votado a favor da abertura do processo de impeachment do governador José Ignácio Ferreira, o presidente da Assembléia disse que, agora, quem não aceita que se mude a regra do jogo é ele.
“A direção nacional interveio no Estado, me obrigou a colocar o processo de impeachment em votação e, ainda, a todos os deputados do PFL a votarem contra o governo. Isso significa que não poderemos nos aliar com o governador. Então, teremos chapa fechada, inclusive para o governo.”
Como nomes para as eleições majoritárias, Gratz aponta pelo menos quatro: ele mesmo, José Carlos da Fonseca Júnior, Otto Andrade Júnior e Élcio Álvares.
Maioria de novo
Depois de longas incertezas, a votação da admissibilidade do processo de impeachment serviu pelo menos para uma coisa: o governo volta a ter maioria na Assembléia.
São com certeza 17 deputados a favor do Palácio, e 13 contra. Nas votações em que essa aferição for necessária, vai dar 16 a 13, porque o 17º é o presidente da Casa, José Carlos Gratz.
O último a aderir à bancada governista, de volta para o ninho, é Benedito Enéas, numa composição com o deputado Coronel Gazzani em Marataízes e Itapemirim.
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Ignácio precisa voltar ao trabalho
Hartung: imodesto
Coser: recuo
Paulo: pule de dez
Benito: sem chances
Gratz: no centro das discussões
Casagrande, sem voto
Robson: inconfiável?
Gazzani, grande articulador
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