Um carro com um motor de 1.600 cc, com 110 cv de potência, capaz de atingir os 100 km/h em menos de 10 segundos, montado sobre um chassi preparado para a diversão radical é algo pouco comum hoje em dia. No entanto, o novo Peugeot 206 Gti é isto mesmo.
Nos tempos idos do 205, a Peugeot era reconhecida pela sua linha de pequenos esportivos, automóveis com uma garra surpreendente a um preço acessível. As versões Gti estavam disponíveis em dois motores, um de 2 litros, e outro menor, mas igualmente irado, com 1.600 cc de cilindrada. Agora, a sucessão daquele saudoso modelo está assegurada, com a entrada em linha dos 206 Gti 1.6, uma versão menos potente e mais barata do Gti 2.0, mas igualmente capaz de fazer subir a adrenalina e bem mais adequada à realidade brasileira.
O novo motor 1.6 de 16 válvulas debita 110 cv às 5.750 rpm, apresentando-se com um binário de 147 Nm às 4.000 rpm. De desempenho aceitável a baixas rotações, depressa chama pelas necessidades primárias do homem, pelo desejo de superar o limite. A caixa de câmbio é que não consegue acompanhar toda a evolução do motor, com uma 3ª marcha mais longa que o necessário, mas as recuperações não se apresentam lentas. Uma aceleração dos 0 aos 100 km/ h em 9,6 segundos e uma velocidade máxima próxima dos 200 km/h completam o caráter esportivo do motor, que usa também um surpreendente cartão de visitas na forma de baixo consumo (média de 5,1 litros/100 km).
O chassi, embora não seja preparado estritamente para um desempenho esportivo, também não deixa a desejar. A suspensão não é dura nem serenamente confortável, mas permite uma boa interação entre o motorista e as reações do carro ao piso. O 206 Gti é bom nas curvas, com uma estabilidade excepcional. Excepcionais são também os freios, com um sistema de ABS muito eficaz..
Interior compensa - Para o passageiro, o 206 Gti não oferece todas as qualidades possíveis: a carroceria de três portas tem um acesso difícil aos apertados lugares traseiros; o posicionamento de alguns comandos, como os controles de vidros dianteiros e dos espelhos retrovisores, deviam ser repensados. Felizmente, o visual interior compensa, com alguns elementos de caráter esportivo, como os pedais e punho da alavanca de marchas em alumínio, o estilo do estofamento, os revestimentos das portas e os bancos com apoios lombar e lateral. No mais, o equipamento de série é o ideal para um pequeno top de linha, com ABS, rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, fechamento centralizado com comando à distância, direção assistida, ar condicionado automático, vidros dianteiros elétricos, duplo airbag, volante e bancos esportivos em couro, retrovisores elétricos e auto-rádio.
O principal senão é algo que afeta um pouco a opinião que se possa ter deste carro: uma falta de personalidade patente em relação ao restante da linha, pois as únicas indicações ao caráter do 206 Gti é a colocação desta sigla nos lados da carroceria, à frente das portas.
Mas não restam dúvidas que o 206 Gti com motor de 1,6 litros tem argumentos mais do que necessários para se fazer notar no nicho dos pequenos esportivos, tanto mais que possui um preço competitivo
Características
Motor: 4 cilindros em linha, 16 válvulas, injeção eletrônica multiponto;
Cilindrada (cc): 1.587
Potência (cv/rpm): 110/ 5.750
Binário (Nm/ rpm): 147/4.000
Transmissão: tração dianteira; câmbio manual de 5 vel.
Direção: Pinhão e cremalheira assistida
Suspensão (Fr/ Tr): Independente, pseudo McPherson, molas helicoidais e barra estabilizadora independente, braços puxados, barras de torsão transversais e barra estabilizadora
Freios (Fr/Tr): Discos vent./ discos, ABS
Dimensões (mm): 3.835/ 1.673/ 1.425
Peso (kg): 1.088
Porta-malas (I): 245
Tanque combust. (I): 50
Pneus: 185/ 55 R15
Vel. Máx.: 198 km/h
Aceleração (0-100 km/h): 9,6s
Consumo (I-100 km): 8,6/ 5,1/ 6,4 (urbano/EU/média)
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