Vidabrasil circula em Salvador, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Edição Nº: 325
Data:
28/2/2003
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Saúde

Alguns distúrbios psiquiátricos estão ligados a problemas do cabelo. Ser calvo, numa sociedade cada vez mais preocupada com a imagem é complicado. Descubra o valor do cabelo  
Os cabelos assumem uma importância decisiva na construção da identidade e auto-estima do indivíduo, significando sobretudo beleza e juventude. É por isso que a sua queda pode significar um problema considerável para muitas pessoas. “A calvície apenas deixa indiferentes aqueles a quem não atinge. Embora a perda de cabelo não origine déficit funcional pode provocar um enorme impacto psicológico. Um homem que sofre de perda de cabelo pode ter sentimentos de imagem corporal distorcida, de envelhecimento precoce e de perda da masculinidade. Muitos homens sentem-se menos atraentes, menos seguros e menos capazes de competir nos seus ambientes profissionais. Estudos de mercado citam que 98% dos homens que perderam ou perdem os seus cabelos fizeram um dia algo para tentar parar o processo”, afirma o cirurgião plástico Manuel Vieira.  
Quando afeta as mulheres, os problemas psicológicos podem ser ainda maiores. “A calvície feminina é de fato mais problemática. A partir da adolescência, a mulher organiza a representação de si mesma levando em conta aspectos narcisistas do corpo, claramente mais valorizados no feminino do que no masculino”, afirma o psiquiatra Carlos Amaral Dias. Dado o impacto psicológico da calvície, a psicodermatologia é uma vertente fundamental da dermatologia e apresenta-se hoje em grande expansão. “O primeiro congresso da Sociedade Européia de Psicodermatologia terá lugar este ano em Bruxelas. Admite-se que 20 a 30% dos doentes observados em clínica dermatológica manifestem, através de queixas, sintomas de mal-estar psicológico e social. Cabe ao dermatologista fazer uma triagem. Muitos destes doentes não recorreriam nunca a apoio psiquiátrico porque estão firmemente convencidos de que o seu problema é apenas um problema de pele ou de cabelo”, afirma a dermatologista Vera Monteiro Torres. Qual é então a importância do cabelo? O que provoca a sua queda e que tipo de soluções existem?  
Função dos pêlos – “Na escala evolutiva, cabelos e pêlos serviram para proteger o organismo da perda de calor. Uma densa proteção pilosa representava também uma primeira linha de defesa corporal contra traumatismos físicos superficiais, e químicos, tais como a penetração, através da pele, de substâncias potencialmente tóxicas. O movimento dos nossos antepassados das florestas tropicais para as savanas mais ensolaradas acarretou uma progressiva anulação da necessidade de pêlos como isolantes físicos. Assim, hoje, os pêlos nos humanos são estruturas meramente vestigiais. Convém, no entanto, não esquecer que alguns pêlos, em localizações especiais, conferem uma proteção real. É o caso dos cílios, das sobrancelhas e da pilosidade que se pode desenvolver dentro das narinas e dos canais auditivos externos. Igualmente, o cabelo desenvolve um papel fundamental na proteção do couro cabeludo contra as radiações solares. O cabelo e o pêlo são também “órgãos do tato” envolvidos numa relação sensorial. Há um número incontável de terminações nervosas nos folículos pilosos, capazes de transmitir múltiplas sensações, principalmente o prazer: o cabelo e o pêlo podem ser mensageiros sexuais e contribuem para a dispersão dos odores segregados pelas glândulas sebáceas e apócrinas, relacionada com os hormônios de atração sexual. Contudo, um dos grandes papéis do cabelo passa pela sua importância psicológica. Ele é, para os psicanalistas, a “coroa” da imagem, e a sua falta pode ser acompanhada de problemas de auto-estima e segurança, mais ou menos graves. Desempenha um importantíssimo componente da imagem corporal, simbolizando um amplo leque de mensagens sociais e sexuais, através da sua cor, corte e estilo, entre outros”, afirma Vera Torres.  
Do ponto de vista antropológico, a diminuição dos pêlos nos homens ditou o avanço da sua evolução e parece estar ligada inclusive ao desenvolvimento da sua inteligência. Para a dermatologista, “o homem foi perdendo pêlo porque se foi fixando em zonas cuja temperatura já não justificava a necessidade de isolamento térmico que um bom revestimento piloso poderia conferir.  
Darwin defendeu que o macaco nu, o homem, representava uma forma de evolução ditada pela seleção natural, acreditando que a pele nua era, sem dúvida, esteticamente preferível à peluda. As explicações para a nudez do homem são várias. Por exemplo, Wheeler publicou no “Journal of Human Evolucion”, que tanto a bipedalidade como a perda de pêlo foram adaptações para evitar a elevação a temperatura corporal e permitirem a expansão do cérebro”.  
As causas da alopecia – O cabelo nasce na papila e vai se estendendo através do folícuo piloso, emergindo na superfície do couro cabeludo. Cresce em longitude, ocupando o lugar que havia pertencido ao seu antecessor (a cada dia, crescem novos cabelos enquanto outros caem de acordo com um ciclo que se renova ininterruptamente). Se o couro cabeludo e os seus órgãos generativos forem saudáveis, o novo cabelo terá o tamanho e a grossura convenientes, boa textura e aspecto saudável, podendo viver entre dois e seis anos, consoante o lugar da cabeça que ocupa e o trato que recebe.  
Alopecia (é o nome que designa a queda relativamente abundante e precoce dos cabelos, que vão se tornando cada vez mais fracos até deixarem de nascer. Quando se inicia o processo, o cabelo nascido, em relação ao anterior que substitui, apresenta-se mais fraco, cresce em ritmo mais lento e vive menos. Quando este cabelo cai, o que lhe segue apresenta características de ainda maior declínio. “A queda de cabelo fisiológica no homem pode tornar-se visível por volta dos 18/20 anos, nos casos mais graves. Os seus principais fatores são a predisposição genética e a presença do hormônio masculino testosterona. A alopecia androgenética traduz a queda do cabelo dependente dos androgênios (hormônios masculinizantes), é geneticamente determinada e atinge cerca de 50% quer dos homens quer das mulheres. O principal hormônio envolvido é a testosterona, que se converte no seu metabólito ativo, a dihidrotestosterona, através da enzima 2-5 reductase. Em muitos casos, está geneticamente determinada a existência de receptores para esta enzima controversa. A alopecia androgenética na mulher tem, como no homem, as mesmas causas genéticas e hormonais, podendo também existir perturbações hormonais relacionadas com disfunção de ovário mais ou menos grave (síndrome do ovário policístico), ou hiperplasia (aumento) das glândulas supra-renais. Pode também ocorrer no pós-parto (reversível). Tanto os hormônios masculinizantes de ovário quanto as supra-renais devem ser criteriosamente examinados numa mulher onde se constata uma alopecia androgenética”, afirma Vera Torres.  
Mas existem outros fatores para o aparecimento da alopecia. Vera Torres chama a atenção para causas de tipo endócrino – perturbações do metabolismo da tireóide, supra-renal e de ovário (no caso dos ovários poliscísticos, o padrão de alopecia androgenética pode ser similar à do homem); as de tipo medicamentoso – anticoagulantes, antitiroídeos, excesso de vitamina A e antimetabólitos (medicamentos para o tratamento do câncer), entre outros; e causas de alopecia difusa, resultantes de pós-síndromes febris intensas e pós-estresse (acidentes, choque cirúrgico, pós-parto e estresse psiquiátrico grave, entre outros). É preciso estar atento ao tipo de calvície e às causas que a produzem, pois muitas vezes isso pode ser conseqüência de outro tipo de doença.  
“A calvície pode ser um indicador de doenças hormonais mais ou menos graves que devemos investigar. Recordo o caso de uma doente jovem com um padrão de calvície grave de instalação súbita, cujas análises revelaram existir um tumor hipofisário (proclatinoma), até aí insuspeito”, recorda a dermatologista. Ela adianta ainda que “o cabelo não revela sempre e necessariamente o estado de saúde física de uma pessoa. No entanto, um cabelo baço e fraco pode indicar uma anemia ou outra carência metabólica, por exemplo. Num quadro objetivo de doença capilar instalada, deve investigar-se o estado de saúde global do doente”. Alerta, no entanto, para o fato de “referências repetidas dos doentes à queda de cabelo, que o médico não confirma, traduzirem em muitos casos uma depressão subjacente”.  
Outro fator importante que favorece a queda do cabelo é o estresse a que estamos expostos e uma má alimentação. “O estresse intensifica a seborréia, uma das causas para o aumento da queda de cabelo. Age no sistema neuro-hormonal e influencia mediadores hormonais com repercussões na saúde capilar. Quanto à alimentação, uma dieta equilibrada em vitaminas, oligoelementos e proteínas proporcionará uma melhor saúde dos cabelos”.  
Solução radical – No caso da alopecia androgenética, o processo é irreversível. Por isso é importante atuar o mais cedo possível. “A calvície não tem cura na maior parte dos casos, mas pode melhorar substancialmente com a vasta gama de tratamentos existentes. Estes podem ser locais ou sistêmicos”, revela Vera Torres. A solução mais radical é sem dúvida a cirurgia estética.  
“Apesar dos progressos dos tratamentos médicos atuais, que permitem normalizar transitoriamente a queda do cabelo, os únicos resultados visíveis e duráveis são os obtidos pela cirurgia. É importante compreender que todas as técnicas de transplante capilar usam apenas o cabelo existente. Os candidatos devem ter um cabelo saudável e com boa densidade atrás e nos lados da cabeça, para servirem de zonas doadoras. O resultado é parcialmente dependente da cor e da textura do cabelo. Existem várias técnicas na cirurgia de reposição capilar: o enxerto “cilíndrico” e os micro-enxertos em “tiras” são realizados em doentes que desejam uma alteração mais modesta do enchimento capilar. Retalhos, expansão e redução do couro cabeludo são procedimentos para doentes que desejam uma alteração mais dramática. Um indivíduo com muito pouco cabelo pode ser aconselhado a não se submeter a uma cirurgia capilar. A duração da operação vai de duas a três horas para mini e micro-enxertos e de uma hora para os retalhos ou para as reduções do couro cabeludo. É realizada com anestesia local, e os cuidados pós-operatórios são simples. A cirurgia é normalmente segura. No entanto, as pessoas variam muito nas suas reações físicas e capacidades de cicatrização. A cirurgia melhora o aspecto e a autoconfiança do calvo, mas os resultados podem não ser exatamente aquilo que se idealizava. Antes de se decidir pela cirurgia, você deve pensar cuidadosamente nas suas expectativas e discuti-las com o seu médico”, afirma Manuel Vieira.  
Imagem e auto-estima – “Se, como diz Juca Chaves, ‘beleza não se põe na mesa, mas eu não como no chão’, é também verdade que a insistência num excesso estético pode sustentar em algumas personalidades o reforço do mecanismo de isolamento social”, afirma Carlos Amaral Dias.  
Um dos problemas principais da calvície é a repercussão psicológica e social que pode ter para alguns indivíduos. “Não se pode falar de problemas específicos ligados à queda do cabelo, mas de angústias mais gerais que se prendem à relação entre imagem do corpo, representação de si, angústias de morte, de envelhecimento etc. Ou seja, numa personalidade, a queda do cabelo pode não afetar minimamente o equilíbrio e noutra pode fazer emergir angústia, ou mesmo ansiedades depressivas”, cita o psiquiatra.  
Tudo parece depender da estrutura psíquica de cada indivíduo, da sua história pessoal, social e familiar, ou da circunstância presente. “A auto-imagem corporal não depende apenas da imagem do corpo, mas da representação dessa imagem. Um atleta deprimido terá com certeza uma excelente imagem corporal, mas, porque está deprimido, poderá ter uma representação negativa do seu próprio corpo”, afirma Amaral Dias.  
Nos casos dos indivíduos mais suscetíveis, que reflexos esses problemas podem ter no âmbito das relações sociais? “A resposta depende da relação entre fatores prévios da personalidade e resposta, adequada ou não, a uma eventual calvície. Há personalidades que se caracterizam por aquilo que designamos fobias sociais. Nestas, fatores tais como os já indicados podem funcionar como reforço negativo”, acrescenta o médico.  
A psiquiatria e a psicologia podem ajudar, com vários tipos de soluções terapêuticas, “desde a medicação psiquiátrica clássica, utilizando antidepressivos, sobretudo nas alopecias súbitas onde estes fatores são muito evidentes. Desde as alopecias psicogênicas até as quedas de cabelo habituais, uma sábia mistura de apoio psiquiátrico e psicoterapêutico pode ser de grande eficácia”, afirma.  
Ser calvo é um problema? “Sim e não. Há um velho provérbio que diz que ‘é dos carecas que elas gostam mais’. O que é em parte verdade, já que existe evidência científica de que o hormônio masculino é o principal responsável pela queda do cabelo no homem. A conclusão fica fácil... Mas conheço muitas pessoas que em vez de aceitarem o decurso natural da vida, lutam desesperadamente contra ele. Infelizmente, tanto contra a calvície como contra outros fatores resultantes da mudança corporal”, conclui  
 
Do símio à depilação  
A evolução acabou com a função protetora do pêlo  
À medida que a cultura e a tecnologia foram libertando os nossos antepassados das condições climáticas, o pêlo corporal foi diminuindo, acabando por perder a sua função principal: proteger-nos do frio.  
>Os símios, como o resto dos mamíferos que vivem sem calefação, necessitam de pêlo para proteger-se do frio.  
>O homem não necessita de tanto pêlo. Isso facilita a termo-regulação, mecanismo que os primatas não possuem.  
>Hoje não é a evolução a responsável pelo fato de o homem perder o cabelo que lhe resta. Darwin nunca pensou nas mudanças que a moda poderia provocar.  
 
Sem cabelo  
Por vezes, os homens calvos são infelize  
A alopecia androgenética é um transtorno relacionado com os androgênios, em cujo desenvolvimento participam tantos fatores hereditários como hormonais. A calvície de tipo masculino afeta cerca de 50% dos homens com mais de 50 anos de idade. A queda do cabelo pode levar a problemas de auto-aceitação da imagem corporal. A calvície feminina é a mais rara e mais problemática.  
 
Tipos de alopecia mais comuns  
Os cabelos não caem todos da mesma forma.  
Há muitos tipos de calvície  
>Alopecia androgenética  
A queda do cabelo pode ocorrer em qualquer momento depois da puberdade, quando aumentam os níveis de hormônios masculinos (androgênios). O processo, na maioria dos casos, começa no vértice do crânio (coroa) e nas zonas laterais da frente (entradas). A velocidade desta queda depende da estrutura de cada indivíduo, bem como das razões que a provocam. A alopecia pode produzir-se por transtornos primários do cabelo ou do couro cabeludo, alterações psicológicas, defeitos estruturais do cabelo, fármacos, anomalias congênitas, fatores genéticos, enfermidades sistêmicas e traumatismos. A calvície masculina está geralmente associada a fatores genéticos, podendo ser herdada por parte de pai ou de mãe. Os homens com alopecia têm geralmente níveis elevados de um derivado hormonal denominado DHT (dihidrotestosterona) no couro cabeludo. A DHT contribui para encurtar e reduzir a fase de crescimento do cabelo, de forma que os novos cabelos não alcançam nem o tamanho nem a grossura dos anteriores, tornando-se quase invisíveis.  
>Alopecia androgenética na mulher  
Acontece normalmente entre os trinta e quarenta anos, e acredita-se que esteja relacionada com as mudanças hormonais. Em geral, tendem a apresentar uma redução difusa da densidade do cabelo em toda a parte superior do couro cabeludo. Além da origem genética e da presença da DHT, outros fatores podem causar calvície nas mulheres, como a perda de estrogênios na menopausa, que torna o cabelo mais fino, ou a utilização de alguns anticoncepcionais orais. Por razões estéticas e sociais, a calvície na mulher é mais traumatizante e mais difícil de assumir.  
 
As categorias de Hamilton sobre a queda do cabelo converteram-se em padrão para avaliar a alopecia androgenética. Em 1975, Norwood acrescentou novos graus de classificação. Ambos os autores estudaram a incidência da calvície nos homens. Alopecia é o nome que designa a queda relativamente abundante e precoce dos cabelos  
 
O cabelo por dentro  
Em cada centímetro quadrado temos 300 cabelos  
Cresce um centímetro em cada mês, e a sua estimativa de vida é de apenas três anos. De fato, todos os dias perdemos entre 50 e 100 fios de cabelo. Mas não há motivos para preocupação: a nossa cabeça tem entre 100 mil e 150 mil fios de cabelo, exceto no caso de pessoas com problemas de alopecia. Em cada centímetro quadrado concentram-se entre 300 e 400 fios, com um diâmetro entre 40 e 100 mícrons e um comprimento de 5 a 10 centímetros.  
>Estrutura, seção e ciclo  
A fase anágena é de crescimento (dura 3 anos); a catágena, de transição; e a telógena, de morte.  
>Assim é o cabelo por dentro  
Esta é a sua estrutura queratínica, que o torna flexível. É por isso que a água tem tanta importância.  
 
Cuidado com produtos milagrosos  
Muitas substâncias usadas para fazer crescer o  
cabelo são prejudiciais  
Ao longo da história da humanidade foram sendo criados muitos remédios naturais ou caseiros para diminuir a queda dos cabelos. Nos dias de hoje, graças à facilidade de utilização de publicidade enganosa, aparecem muitos produtos que prometem a cura. São produtos aos quais se atribuem propriedades cuja eficácia no organismo não foi demonstrada pela ciência e, consequentemente, não foram submetidos aos sistemas legais da autorização dos medicamentos. Os produtos milagrosos não são medicamentos. Desconfie das grandes promessas. Lembre-se de que, perante a existência de uma doença ou lesão, a utilização destes produtos pode piorar o seu estado, bem como impedir uma atuação clínica em tempo oportuno. Os diversos cosméticos podem limpar, manter ou proteger o bom estado do cabelo ou da pele, mas não possuem propriedades terapêuticas. Não utilize nenhum produto supostamente benéfico para a saúde sem consultar o médico. Há ainda que contar com o efeito placebo: convencidas das virtudes terapêuticas do produto, algumas pessoas apresentam melhoras, embora este, na realidade, só contenha substâncias inativas.  
 
Alguns aspectos psicológicos  
Na sociedade da comunicação e da imagem,  
ser calvo pode ser um problema  
Cortar o cabelo muito curto ou mesmo rapá-lo está na moda. Contudo, é muito diferente querer fazê-lo e não se poder porque se sofre de calvície, problema que tende a ser definitivo. A ditadura da imagem a que estamos submetidos leva muitas vezes a distúrbios psicológicos. A alopecia pode provocar uma disformidade de imagem corporal (ser calvo pode significar para algumas pessoas ser menos atrativo), e consequentemente causar baixo nível de auto-estima, insegurança nas relações sociais, ceticismo e sentimento de impotência face às relações amorosas, angústia, ansiedade e mesmo depressão. Os aspectos que parecem preocupar mais este tipo de pessoas são a sua imagem física, sentimento de envelhecimento, impotência face ao problema, excessiva valorização social da imagem física face a outras qualidades, medo de que a calvície possa prejudicar o êxito social e o sentimento de que já não é atraente.  
 
Falsos mitos  
Há muitas teorias, mas quase todas são falsas  
Existem muitos mitos populares sobre o cabelo e seus cuidados. A maioria dos casos não tem base científica.  
>Cortar o cabelo aumenta a sua grossura.  
Falso. O diâmetro da raiz do cabelo cortado é exatamente igual ao do cabelo pouco cortado.  
>Os permanentes causam queda de cabelo.  
Falso. Podem queimar ou traumatizar a haste capilar, mas não provocam a queda do cabelo.  
>Uma escova cheia de cabelos... calvície.  
Falso. Os cabelos apresentam antes de cair um processo de miniaturização que os torna invisíveis.  
>Os sustos tornam o cabelo branco...  
Falso. As cãs são genéticas. Mas o estresse pode causar a queda súbita do cabelo pigmentado dando essa ilusão.  
 
Tratamentos  
Soluções cada vez mais eficazes e rápidas  
>Medicamentos  
Descobriu-se que a queda do cabelo está relacionada com a DHT, um derivado hormonal que causa o seu enfraquecimento. Existem medicamentos que conseguem reduzir os níveis de DHT no couro cabeludo, impedindo a queda e favorecendo o seu crescimento. O seu princípio ativo atua como um inibidor específico da enzima que favorece o aparecimento da DHT, responsável por desencadear a calvície em indivíduos predispostos geneticamente. Outros têm uma ação vasodilatadora do couro cabeludo, o qual apresenta uma diminuição do fluxo sanguíneo durante o processo da alopecia. Estes medicamentos, de prescrição médica, são eficazes na maioria dos casos, se bem que a sua ação seja muito lenta, exigindo uso prolongado que pode tornar-se dispendioso. O fator tempo na obtenção de resultados pode ser um desanimador.  
>Transplantes  
Hoje é possível restaurar o cabelo natural, através de técnicas microcirúrgicas. Consiste na extirpação de uma tira de pele coberta de cabelo saudável, retirada da parte de trás ou dos lados do couro cabeludo, para posteriormente o implantar na zona do couro cabeludo que apresenta calvície ou menor densidade de cabelo. Dependendo do grau de calvície da zona frontal ou da coroa, podem ser necessárias de uma a três intervenções, que impliquem a realização de várias centenas de enxertos para atingir a densidade desejada. Habitualmente, os cabelos enxertados voltam a crescer normalmente umas seis a doze semanas depois da intervenção, podendo ter durabilidade. Outras técnicas cirúrgicas são a redução e o transplante do couro cabeludo. Apesar de algum incômodo e de ser muito dispendioso, parece valer a pena como solução definitiva.  
 
A importância  
do cabelo  
O cabelo permite diversas possibilidades de alteração da imagem  
A necessidade que temos de alterar a nossa imagem, de acordo com a moda ou devido a processos internos, é muito importante no reforço da auto-estima. O cabelo permite as alterações mais diversas, movendo um negócio de milhões em torno do seu corte e dos produtos de beleza a ele associados.  
As mulheres continuam a ser as que mais se preocupam com as questões estéticas mais ligadas ao cabelo, e aquelas de quem socialmente se exige maior sofisticação.  
Contudo, tem havido nos últimos anos um aumento do número de homens que já se preocupam com o estado do seu cabelo.  
A vida do cabelo  
O ciclo do cabelo humano supõe uma atividade constante: os cabelos encontram-se em distintas fases de crescimento e descanso, já que cada um tem o seu próprio ciclo de vida, independente dos que os rodeiam. A cada dia, crescem novos cabelos enquanto outros caem. Durante um ciclo capilar normal, o cabelo cresce, descansa e cai, com o fim de repor novos cabelos. Considera-se normal uma perda média diária entre 50 a 100 cabelos. Uma perda superior pode indicar problemas.  
Fases do ciclo normal do cabelo  
>Anágena. É a fase do crescimento do fio. Numa pessoa adulta, cerca de 90% dos cabelos presentes no couro cabeludo estão nesta fase.  
>Catágena. Dura poucas semanas. É a fase onde o fio de cabelo pára de crescer. No adulto cerca de 1% do cabelo está nesta fase.  
>Teógena. O fio cai, mas, normalmente, um novo fio já começou a nascer. Entre 4 a 25% dos cabelos estão nesta fase.  
Tipos de cabelo ao longo da vida  
O lanugo é fino, suave e pouco pigmentado. Há dois tipos de lanugo: um que cobre o feto e cai antes do nascimento, e outro que cresce depois do nascimento e cai durante o terceiro ou quarto mês de vida. Depois da queda do lanugo, o cabelo cresce geralmente fino, pouco pigmentado e modulado. Este terceiro tipo de cabelo, o cabelo intermediário, tem aproximadamente 1 cm de comprimento e forma-se entre os três e os sete meses, e pode durar até dois anos. O quarto cresce mais de 1 cm, é mais denso e mais grosso do que os anteriores. Cresce associado ao fortalecimento dos cílios e ao aparecimento dos pêlos púbicos, antes da puberdade, a partir da qual se fortalece.  
 
O êxito dos carecas  
A calvície natural só é um problema para quem estiver propenso a fragilidades psicológicas graves e de difícil superação. Depois de assumida, não é nenhum obstáculo ao êxito social nas suas diversas vertentes. São inúmeros os carecas com êxito público reconhecido.

  


Do símio à depilação

Sem cabelo

Tipos de alopecia mais comuns



É melhor assumi-la. Nada pior do que fazer o ridículo de ocultar a careca recorrendo a perucas, sinal de insegurança

Evitar os danos externos é uma garantia contra a fragilidade capilar

Para avaliar a alopecia feminina, Erich Ludwig, em 1977, considerou três fases de queda do cabelo: I – alopecia discreta, II – alopecia moderada, III – alopecia severa

O cabelo por dentro

Cuidado com produtos milagrosos

A queda do cabelo pode criar problemas de aceitação da imagem corporal



Tratamentos



omo um penteado diferente muda totalmente a nossa imagem



O êxito dos carecas

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