Expresso da malandragem
Hildegard Angel destacou em sua coluna do último dia 30, no Globo, o que os capixabas conhecem bem, mas mantêm num cúmplice segredo: o esquema de concessão de títulos de conclusão de segundo grau em massa pelo Centro de Estudos Supletivos de Linhares.
A colunista carioca chamou o sistema de “expresso da malandragem”, porque cada dia mais jovens cariocas, normalmente de classe média e que abandonaram os estudos, embarcam em caravanas em direção a Linhares para conseguir a prova de conclusão do ensino médio.
Sem burocracia: “basta” pagar R$ 320 a uma agência carioca, embarcar em um confortável ônibus de posse de duas fotos e cópia da carteira de identidade e está resolvida a questão.
Isso explica alguma coisa?
Doce veneno
Max Mauro, o pai, espalhou veneno no açucareiro da oposição estadual ao romper com o senador Paulo Hartung e anunciar sua candidatura ao governo.
De cara, o deputado federal e ex-governador já teria os prefeitos de três grandes colégios eleitorais: Cariacica (Aloízio Santos), Vila Velha (Max Mauro Filho) e Serra (Sérgio Vidigal).
Paulo Hartung ficaria com Vitória e Cachoeiro.
Muito pouco, principalmente em se sabendo da desconfiança dos prefeitos do interior com o jovem senador Hartung (ex-PCB, ex-PMDB, ex-PSDB, ex-PPS, atual PSB).Pressão das ruas
O deputado federal Marcus Vicente (PPB) anda trabalhando muito.
Na medida em que amplia seus espaços político-eleitorais pelo interior do Estado e na Grande Vitória, sua pressão sobe na mesma proporção.
Já virou cliente cativo da Unimed Coração.
Precisa se cuidar mais, pois há muita gente depositando fichas nele.
Rasgando fichas
Paulo Paim, o deputado do PT gaúcho, está passando seus apertos no Congresso Nacional por ter rasgado um exemplar da Constituição Federal na polêmica sessão que votaria a proposta de flexibilização da CLT, mas que caiu depois da pane no painel de votação.
Mas rasgar qualquer coisa é muito fácil.
Comenta-se, por exemplo, que Rose de Freitas rasgou sua ficha de filiação no PPB e ficou no PSDB mesmo.
Sem Educação
Ainda não se concretizou a troca do secretário de Estado de Educação.
O professor Stélio Dias está se segurando no cargo, apesar dos insatisfeitos.
Filho de peixe
Apesar de meio sem jeito para a coisa, Giuliano dos Anjos, filho do conselheiro do Tribunal de Contas, Enivaldo dos Anjos, vai seguindo os passos do pai.
Foi eleito vereador em Barra de São Francisco, na região Noroeste do Estado, e está sendo preparado para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa.
Por falar em filho de peixe, o presidente do TC, Valci Ferreira, trabalha pela eleição a deputado estadual de seu filho Rudinho na região de Marataízes.
Troca-troca
Ainda da série “eles disseram”.
Deu na última edição da Época que o casal Gerson e Rita Camata resolveu mudar de posição pela primeira vez.
Nas próximas eleições, ele viria candidato a deputado federal e ela a senadora.
A essas alturas, uma estratégia meio suicida, quando se sabe que o empresário Camilo está na cola dos dois, candidatíssimo ao senado, e Ademar Rocha, presidente da Câmara de Vitória, não está a fim de abrir mão de sua candidatura ao mesmo cargo.
Para consumo
O mercado político consumiu avidamente a última novidade do mundo político capixaba: uma suposta candidatura do governador José Ignácio (PTN) a deputado federal.
Neste caso, Celso Vasconcelos (PSDB), o vice-governador, também não assumiria, pois disputaria uma vaga na Assembléia Legislativa.
José Ignácio está mergulhado sobre o assunto, mas por todos os cantos só se fala nisso.
Quem vem lá?
Claro que bateu uma baita curiosidade na leitura da nota anterior sobre quem seria o governador em lugar de José Ignácio.
Pela lógica, assumiria o presidente do Tribunal de Justiça, que será Alemer Moulin, para convocar eleição indireta em 30 dias, pela Assembléia, para um mandato tampão de nove meses.
Mas não é isso o que está em curso.
Ocorrendo essa hipótese, José Carlos Gratz (PFL) passaria a presidência da Assembléia para o deputado José Ramos (PFL) e entraria como um trator no exercício da governadoria, candidatando-se à reeleição para o Palácio Anchieta.
A meta é Gratz se firmar como um fazedor de obras em poucos meses.
Construindo legendas
A hipótese mais provável, a se confirmar uma eventual candidatura de José Ignácio à Câmara dos Deputados, seria uma coligação do PPB com um amontoado de partidos nanicos, tendo à frente o PTN de Ignácio.
Assim, acreditam os articuladores, a frente poderia eleger três deputados: Marcus Vicente, Nilton Baiano e o atual governador.
Voto de fé
Pelo visto, os votos dos batistas no Estado vão ser muito disputados em 2002.
Só de candidatos de ponta a deputado estadual esse segmento religioso tem pelo menos quatro nomes: Neucimar Fraga e Dionísio Ruy Júnior, em Vila Velha, o vice-prefeito Ademir Cardoso, em Vitória, e o ex-candidato a prefeito Edson Vargas, na Serra.
Sem contar os nomes que devem vir do interior.
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