São mais as revistas que passam do virtual para o papel do que ao contrário. Quem diria... VidaBrasil foi a primeira publicação produzida no Espírito Santo a ter alcance nacional e um site na internet, o www.vidabrasil.com.br. Nem por isso imaginamos ter obtido mais leitura e leitores, mais reconhecimento, mais notoriedade.
Há um ano e pouco, o famosíssimo e respeitado apresentador e jornalista da CNN, Lou Dobbs, deixou a televisão de Ted Turner para lançar um site, o Space.com. Tão eufórico como os investidores que o sustentavam, Dobbs tinha outro medo: o de vir a ser um jornalista do passado. Milhões de dólares de prejuízo depois, Dobbs e a sua equipe lançaram há poucas semanas uma versão em papel do seu site na Internet, a “Space Illustrated”. Mas este não é caso único, o que deve alegrar aqueles que lamentavam que a net viesse a matar jornais ou revistas. Nos Estados Unidos, uma das modas atuais nos jornais regionais é retirar os seus sites da Internet, pela simples razão de não haver um benefício tangível, sobretudo face à despesa que é manter uma equipe técnica e outra editorial para garantir o capricho.
Esta inversão e, em alguns casos, extensão da Internet rumo ao papel só confirma que as pessoas “normais” são infinitamente mais lentas e reacionárias que os visionários do mundo virtual. E quem sabe se a virtude não estará no meio? Há quatro anos que o Yahoo tem uma revista, que funciona como uma espécie de páginas amarelas da web e como ferramenta de marketing do próprio motor de busca. Outro caso concreto é do site de mexericos e segredos da indústria do entretenimento, o Inside.com. Com menos registros do que aqueles que contava para acesso ao filet mignon da informação, e com muito menos publicidade do que a esperada, os seus promotores preparam-se para editar uma revista em papel.
As explicações são relativamente simples: a publicidade nas revistas cresce sustentadamente, não havendo ainda quaisquer indícios de que os cibernautas olhem sequer para os “banners” dos sites e depois não há toque. O privilégio do gesto, aquilo que sente neste momento em que segura a revista com as duas mãos, enquanto lê este artigo, não existe na Internet.
No Espírito Santo, por exemplo, prolifera uma enxurrada de revistas, muitas delas malfeitas e dirigidas por amadores. Mas a verdade é que, se no meio revista a concorrência é grande, no botequim também o é.
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