Vidabrasil circula em Salvador, Espírito Santo, Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo Edição Nº: 292
Data:
15/10/2001
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» Índice
» EDITORIAL
“Respeito ao tempo”
» TURISMO
Conheça a Grécia, país que já foi o centro do mundo e origem de toda a cultura ocidental
» TURISNOTAS
Taxas de ocupação dos hotéis de Salvador batem recorde e entusiasmam empresários do setor
» SOCIAL LIGHT
Wildson Pina estréia como colunista de variedades e sociedade na revista “Welcome Card Magazine”
» LUXO
Pesadelo para alguns e sonho para outros, o jet sky se transforma numa das melhores diversões do verão
» TRIANGULO
José Ignácio sanciona a lei que cria a Fundação Universidade Estadual do Espírito Santo
» BOCA MIUDA
Bom rapaz  

BOCA MIUDA

Bom rapaz  
José Carlos da Fonseca Júnior (foto), que ninguém conhecia no Espírito Santo e que ganhou a eleição de deputado federal despejando um rio de dinheiro em quatro meses de campanha, posa de bom moço e ataca o governador José Ignácio no episódio envolvendo liberação de créditos de ICMS para a Escelsa/doação de R$ 4,3 milhões para a Fundação Augusto Ruschi/desaparecimento da grana da conta da Fundação na Cooperativa de Crédito dos Funcionários da Escola Técnica Federal (Coopetfes).  
Fonseca Júnior tenta fazer esquecer que tudo o que aconteceu de errado na Secretaria da Fazenda foi no período em que ele era o chefe da pasta. E agora diz que tudo o que fez foi com autorização do governador José Ignácio.  
É igual à história do pistoleiro apanhado pela polícia e que tenta se safar: “Fui eu que matei, mas foi ele quem mandou”.  
 
Vai tarde  
O “brilhante” Ruy Nogueira (foto), contratado a peso de ouro pelo governo para “recuperar” sua imagem, bateu em retirada. Não sem antes publicar nota paga no jornal de maior circulação do Estado para escolher um jornalista, André Hess, como judas de sua própria incompetência.  
A imagem do governo continuou arranhada e quem vai ter que recuperá-la é o novo superintendente de Comunicação, José Nunes Dias, que era o porta-voz do Palácio Anchieta e entrou em lugar de Eugênio Buery.  
 
Retorno da Macaca  
O megaempresário Camilo Cola voltou à cena política anunciando sua candidatura ao Senado, no bojo da indefinição sobre a permanência ou não do casal Camata (o senador Gerson e a deputada federal Rita) no PMDB.  
Aos 78 anos, Camilo Cola está bem disposto, mas a intervenção da Executiva Nacional do partido na Regional colocou ventilador na sua farofa.  
Gerson Camata, marido da interventora Rita, não deverá permitir a candidatura do homem com o qual não honrou compromissos nas eleições de 1986, na época da Macaca – Max (governador), Camilo e Camata (senadores).  
 
Queda de Vaccari  
Carlinhos Vaccari (foto), que chefiava o Cerimonial do Palácio Anchieta, caiu do cargo depois de bater de madrugada com um veículo oficialmente à sua disposição.  
Com certeza nada teria acontecido se o governo não estivesse em meio à crise política instalada este ano. Na verdade, Vaccari cometeu um erro absolutamente insignificante diante de tudo o que vem ocorrendo no Estado.  
 
Guarda-chuvas  
O PPB, conduzido no Estado pelo deputado federal licenciado Nilton Baiano, virou o guarda-chuvas preferido de boa parte dos principais políticos com mandato atingidos pelas intervenções no PMDB, PFL e PSDB.  
Assinaram ficha no partido os deputados federais Marcus Vicente e Rose de Freitas e os estaduais Camilo Araújo, Toninho de Freitas e Gilson Amaro. E ainda podem aparecer na lista de filiados, a ser entregue no dia 15 à Justiça Eleitoral, nomes como o da deputada Fátima Couzi.  
 
Rodovia Mário Covas  
O deputado federal Marcus Vicente, que deixou a Chefia da Casa Civil depois de ter articulado uma nova composição de apoio parlamentar ao governo na Assembléia, e de ter considerado cumprida a missão para a qual foi convocado, entrou no rol dos 5% de parlamentares que conseguem aprovar leis no Congresso Nacional.  
Seu projeto, dando o nome de Governador Mário Covas à BR-101, de Erechim (RS) a Natal (RN), foi aprovado por aclamação na Câmara e no Senado, e transformado em lei pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.  
 
Alemer presidente  
Unanimidade entre a categoria, o desembargador Alemer Ferraz Moulin, atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral, será eleito em dezembro para presidir o Tribunal de Justiça do Espírito Santo em lugar de Geraldo Correa da Silva.  
A importância dessa eleição cresce na medida em que, se quiser disputar algum mandato no próximo ano (exceto o de governador, em que pode ficar no cargo), José Ignácio terá que afastar-se em abril.  
Como seus sucessores imediatos – o vice, Celso Vasconcelos, e o presidente da Assembléia, José Carlos Gratz – também vão disputar as eleições, caberia ao presidente do Tribunal de Justiça assumir o Palácio Anchieta e promover eleições indiretas, com votos dos 30 deputados estaduais, para escolher um governador que preencheria o cargo nos últimos oito meses do atual mandato.  
 
Volta para casa  
O PSDB, o PMB e o PFL foram mais honestos, embora não menos fascistas: disseram que os diretórios regionais estavam sob intervenção e que queriam oposição ao governo do Estado.  
Feio quem fez foi o Partido Socialista Brasileiro (PSB), que impôs uma intervenção branca no Estado.  
Depois de uma conversa com o chefão Miguel Arraes em Recife, o senador Paulo Hartung trocou o PPS pelo PSB e chegou ao Espírito Santo para se filiar já como candidato ao governo.  
Renato Casagrande, o presidente de papel dos socialistas, fez discurso para a galera, mas não conseguiu esconder sua cara de poucos amigos nas fotos do dia da filiação de PH.  
 
Que coisa!  
O mercado político digere a informação de que a nova posição pró-impeachment do governador José Ignácio, assumida pelos interventores do PFL capixaba, José Carlos da Fonseca Júnior na frente, foi tramada no Palácio do Planalto.  
Fica somente uma pergunta: que moral teria um governo, que fez de tudo para impedir a abertura de uma CPI no Congresso Nacional para investigar corrupção em suas entranhas, para apontar o dedo contra um governante que determinou, ele mesmo, a abertura de uma CPI no parlamento estadual?  
 
Ditadura nacional  
O fechamento dos quadros partidários foi um Deus nos acuda no Espírito Santo. Ideologia não conta, depois que as três maiores legendas foram submetidas a estranhas intervenções: PSDB (Feu Rosa), PMDB (Rita Camata) e PFL (José Carlos da Fonseca Júnior).  
Com isso, antigos integrantes desses partidos tiveram que bater em retirada diante da ditadura dos interventores, sob o risco de não terem legenda para disputar as eleições do próximo ano.  
Michel Temer, o grande democrata do PMDB paulista, não conseguiu evitar a intervenção defendida por Geddel Vieira, o deputado baiano que senta em cima do rabo para falar do rabo dos outros. Disse que o PMDB não poderia receber um governador suspeito de corrupção.  
E Jader? E Quércia? E o próprio Geddel?  
De qualquer forma, parece bem claro que montaram a versão capixaba do bem x mal.  
 
Triste curiosidade  
A matéria saiu na página 50, na edição n.º 283, de 15/05/01 de VidaBrasil. Fala sobre a maldição de presidentes americanos eleitos em anos terminados em zero. Com exceção de Ronald Reagan, todos morreram no exercício do poder. Pela ordem; Willian Henry Harrison, eleito em 1840, morreu de pneumonia com apenas 38 dias de mandato. Abraham Lincoln, eleito em 1860, foi assassinado no 5º ano de mandato. Eleito em 1880, James Abram Garfield, foi assassinado com menos de um ano de governo. Também morreu no poder, Willian McKinley. Eleito em 1920, Warren Gamaliel Harding morreu de ataque cardíaco em pleno exercício da presidência. Eleito presidente pela 4ª vez em 1940, Franklin D. Rosevelt morreu de derrame cerebral em 1944. Eleito em 1960, Jonh Kennedy teve o fim que todos conhecem.  
Bush, eleito em 2000, já teve sua cota fatídica. Espera-se que algo pior não aconteça.  
 
Tribunal de Nuremberg  
Ninguém discute se os nazistas mereciam mesmo o julgamento de 1945 no Tribunal de Nuremberg, haja vista o mal que fizeram à humanidade, mas constituir um tribunal informal como aquele para fazer pré-julgamento do governador José Ignácio Ferreira, como estão fazendo no Espírito Santo, é no mínimo um contra-senso, que presta um desfavor à democracia.  
Montaram um circo e querem, de qualquer forma, cassar José Ignácio, a despeito de ele ter sido inocentado pela exaustiva CPI instalada na Assembléia Legislativa para apurar denúncias contra seu governo.

  
José Carlos da Fonseca Júnior

Ruy Nogueira

Gerson Camata

Camilo Cola

Carlinhos Vaccari

Nilton Baiano

Presidente Fernando Henrique Cardoso.

Alemer Ferraz Moulin

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